O que é luto? 

Entramos em luto quando vivemos uma perda significativa, seja de algo ou de alguém. Ali onde vínculos forem rompidos, haverá o pesar e o luto. Quando amamos corremos o risco de perdermos e, por conta disso, sofrermos. A solução seria não amar. E uma vida assim seria  possível?

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O luto é um tempo trabalhoso e doído, mas necessário se você quiser sobreviver à sua perda.  É um processo que coloca a pessoa enlutada em um importante movimento de despedida e transformação. É preciso que ocorra o desprendimento do que ou de quem se perdeu, a integração da perda à vida e a transformação dos papéis sociais e familiares. Se antes você era esposa, agora é viúva, se antes era noivo agora não é mais, se antes trabalhava 50 horas naquela empresa, agora acabou, você não integra mais a equipe. Esse novo você vai se formatando aos poucos, conforme o luto vai trabalhando em você e,  você vai se deixando trabalhar. 

 Quando conseguir fazer a despedida e o desprendimento, torna-se possível seguir para uma integração da perda e do vazio deixado à  história de sua vida.  Como um lindo quebra-cabeças que tem uma peça faltando, mas continua lindo e significativo, você também poderá seguir com a vida. Nada poderá preencher o vazio, mas o quebra-cabeças continua com sua beleza. O todo continua lindo e significativo, mesmo com uma parte faltando, novos e diferentes pedaços poderão ocupar outros lugares. Não aquele.

A transformação da vida é uma tarefa que vai se impondo desde a notícia da perda. Ou, você se deixa transformar ou se enterra junto, o que é sempre muito triste, porque será uma morte em vida. A transformação se dá enquanto é travada a luta para  passar de sobrevivente a vivente. Afinal, o luto é um trabalho para quem fica e só entramos em luto porque somos capazes de amar.  Que outra opção temos?

 

Dicas de leitura sobre o assunto:

CAVIGLIA, Priscila Menegon Castrucci e MACHADO, Zilda Maria de Paula. Perder e Encontrar - Luto e Saudade na Psicologia Analítica. Curitiba: Appris, 2012.

WEISSHEIMER, Vera. Eu vi tuas lágrimas. Brasília: Kiron, 2017.

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